E agora eu fui sem nunca ter ido, voltei mesmo nunca tendo saído do mesmo lugar, sabes de quem é a culpa? Não, não é tua, a culpa é minha por te culpar a ti, mas mais culpado ainda é o meu coração por me fazer respirar esse teu jeitinho de menino rebelde, esse teu sorriso de ponta a ponta, a culpa é dele por me fazer sentir idiota cada vez que te vejo... Sabes quem mais podemos culpar? A minha cabeça, essa que coitada já nem sei por onde anda, se no teu mundo ou se no meu... Essa que de noite nem dormir me deixa, essa que de propósito ou não me faz abraçar a minha própria almofada fazendo de conta que o teu corpo toca no meu... Este coração não anda bem sabes? Ajuda ele não pede e necessidades ele evita porque a única que ele quer és tu e dessa pouco ou nada consegue. Ele acelera do nada, como se ele gostasse de me por nervosa mesmo quando eu não estou à espera, ele consegue destruir todas as promessas que a mim mesma eu faço, promessas essas que implicam deixar de me importar contigo, coisa que pelos vistos ele não quer que aconteça. Mas tu, tu também tens culpa, tu provocas e fazes de conta que não é contigo, fazes-me sorrir e para além de idiota ainda me sinto incapaz porque perto de ti a minha capacidade evapora, deixo de ter força para o que quer que seja, apoderas-te de mim como se não fosse nada, sozinho consegues encantar-me. Ciúmes, assunto complicado... Adoro quando os tens, ficas ainda mais bonito, mas odeio ser eu a tê-los, não gosto de pensar que fazes outros corações passar pelo mesmo que eu, mesmo sabendo que és meu. O melhor remédio será deixar de culpar quem quer que seja, nunca ninguém assumirá a responsabilidade de tudo isto, isto que nem nome tem, isto que se não for amor não se sabe o que seja. Segue a tua vida mas leva-me contigo.