sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Contratempos ao acaso # 4º Capitulo.

Tiago: Olá, posso sentar-me certo?
Marta: Tiago? O que é que fazes aqui?
Tiago: Bem… Isto ainda é público, acho eu *sorri*
Marta: Sim claro, desculpa. É só que não esperava ver-te aqui.
Tiago: Não tem problema, estás sozinha?
Marta: Sim, sim.
Tiago: Mas quem é que te deixou sozinha? Não te preocupes eu fico aqui contigo.

Marta baixou a cabeça e sorriu para o lado, as suas bochechas coraram e ela só conseguiu fingir um olhar pequeno e quase invisível para o céu.

Marta: Obrigada… Mas eu estou á espera de um amigo da minha irmã.
Tiago: Um amigo? Ah desculpa, eu vou-me embora sendo assim.

Tiago levanta-se e Marta sem reacção fica engasgada em palavras.

Tiago: Está tudo bem?
Marta: Sim, fica por favor.
Tiago: Mas não estavas á espera de um amigo? Não quero estar aqui a mais.
Marta: Não, mas não estás a mais.
Tiago: Não te preocupes, depois falamos.
Marta: Não. Quer dizer… Fica.
Tiago: Porque é que eu haveria de ficar?
Marta: Ele vem só trazer-me as chaves de casa, a minha mãe hoje chega tarde e eu esqueci-me das minhas quando saí esta manhã, depois se quiseres podemos ir… Sei lá, lanchar?
Tiago: Chaves? Desculpa eu não sabia. É que eu pensava que estavas á espera dele e não queria estar aqui a mais.
Marta: Não te preocupes, não há problema.
Tiago: Aquilo foi um convite?
Marta: Não sei, quer dizer acho que sim. Supostamente desta vez era eu a convidar certo?
Tiago: Sim, foi o que ficou combinado.

Tiago e Marta olharam um para o outro e os olhares era evidentes, o frio vinha suavemente contras as suas faces. Marta tinha na mão alguns apontamentos que a Cleo lhe tinha dado e de repente sem estarem á espera, uma rajada de vento rapidamente lançou todos os papéis ao chão. Tiago e Marta levantaram-se para tentar apanhar tudo o que havia voado, já meio ensopados os papeis iam amontoando-se na mão do Tiago.

Tiago: Estão um bocadinho ensopados.
Marta: Não te preocupes, não era importante.

Havia ainda uma folha por baixo do banco, ambos se dirigiram até ela e ao tentarem apanhá-la os seus olhares voltaram a cruzar-se. Tiago pega na mão de Marta e sobem ambos até voltarem a ficar de pé de novo. Tiago e Marta aproximam-se, olhares cruzam-se e estão ambos presos pelo olhar profundo que os puxa até que…

Vasco: Marta?

Marta desvia imediatamente o olhar, ela larga o Tiago e fica completamente sem jeito.

Vasco: Desculpa incomodar, mas… A tua irmã pediu que te viesse trazer as chaves.
Marta: Sim, sim. Desculpa, muito obrigada a sério, safaste-me de boa.
Vasco: Não há problema, sempre ás ordens. Precisas que te leve a casa ou coisa assim?

Marta olhou para o Tiago e ficou calada, guardou as chaves na mala e encarou o Vasco.

Vasco: Já percebi que estás bem entregue, nesse caso eu vou indo ok? A tua irmã só vem á hora de jantar, ela avisou-te certo?
Marta: Sim, sim. Ela avisou-me, não te preocupes.
Vasco: Ok, nesse caso eu vou indo.
Marta: Muito obrigada mais uma vez Vasco, a sério.
Vasco: Não há problema, não te preocupes, sempre que precisares já sabes. Bem, vou indo, beijinhos…
Marta: Adeus, obrigada.

Vasco com cara de gozo afastou-se e á medida que se afastava ia dando risadas até que já meio de longe disse…

Vasco: Portem-se mal.

Marta corou por completo, Tiago ria-se enquanto Marta escondia a cara no seu ombro.

Tiago: *sorri* Então?
Marta: Que vergonha pá.
Tiago: Vergonha porquê? Não fizemos nada de mal.
Marta: De certeza que já vai encher a cabeça da minha irmã com histórias.
Tiago: E isso interessa?
Marta: Não, claro que não. Mas… sei lá, é estranho tudo isto.
Tiago: Estranho o quê?
Marta: O que ia acontecer.
Tiago: Pois, o que ia acontecer… Porque na verdade não aconteceu.
Marta: Sabes, na verdade ainda bem, porque aquilo provavelmente iria estragar um bocado a nossa pseudo-amizade o que não seria nada bo…

Marta falava e no meio de todo aquele discurso, Tiago agarra na sua cintura e quando ela menos espera, Tiago beija-a. Eles ficam ali, Marta corresponde ao beijo e no momento mais nada existe, tudo muda de um momento para o outro…

Marta: Porque é que foi isto?
Tiago: Não sei, mas eu precisava de o fazer.
Marta: Eu não me quero magoar.
Tiago: Eu também não te quero magoar.

Marta sorriu e ficaram ambos a olhar um para o outro.

Tiago: Vem lanchar comigo.
Marta: Eu convidei primeiro.
Tiago: É justo, vamos?
Marta: Sim, vamos.

Marta e Tiago dirigiram-se até á pastelaria mais próxima e lancharam juntos, conversaram sobre tudo menos sobre o que havia acontecido no parque. O tempo foi passando e ambos perderam a noção do tempo… Quando a Marta olhou para o relógio já eram 19:30h…

Marta: Meu Deus, já é tardíssimo.
Tiago: Não vás.
Marta: Eu tenho que ir Tiago, a minha irmã vai matar-me, para além disso vai ficar preocupada.
Tiago: Avisa-a que estás comigo.
Marta: És louco? Ela não me vai querer na rua a esta hora, por mais liberal que ela seja eu estou á responsabilidade dela.
Tiago: Oh, era só mais um bocadinho, eu queria mostrar-te um sítio.
Marta: Um sítio?
Tiago: Sim, vem comigo por favor.
Marta: Tiago eu não posso, elas vão matar-me.
Tiago: Eu não deixo que elas te matem, prometo.

Marta sorriu e limitou-se a acenar com a cabeça. Tiago agarrou na cintura da Marta e foram juntos pagar a conta do lanche. Tiago á saída agarrou a mão de Marta e foram a pé até ao sítio que Tiago tanto queria, durante a “caminhada” conversaram, riram e rapidamente chegaram ao dito local…

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