E eu?

E quando chega a descrição própria propositadamente ou não, deixamos de saber o que dizer. Ao acaso eu disparo defeitos atrás de defeitos que maioritariamente fazem parte do meu constituinte. Eu não gosto de marcar pela diferença, digamos que não retrata de todo o meu ser. A minha mente é coordenada por todos os meus defeitos e nem sempre eles me ajudam. Eu não passei por muito, limitei-me a passar pela vida, daqui para a frente talvez a queira mudar... ou não. Faço parte do estilo rústico e único de rapariga que se envolve no seu próprio mundo esquecendo por completo todos os outros que fazem parte dele, tive a oportunidade de ser feliz... pelo menos até hoje. Eu não passei muito, limitei-me a passar pela vida mas já vivi o mais indiferente possível, como qualquer ser humano eu sofro, contrariamente ao habitual tento sempre esconder esse sofrimento ao máximo com medo de magoar todos aqueles que me são próximos. O meu maior medo é desiludir aquele que lá em cima olha por mim constantemente, Deus. Ele e apenas ele o único com capacidade única de me fazer sorrir quando eu suplico adormecer e não mais acordar, ele o único que me dá o gostinho da vida, que me ouve e carrega, ele o meu melhor amigo. Consta na minha vida um amor então impossível, esse que correspondido ou não me deu o maior prazer de viver, esse amor, meu amor fez-me cair algumas vezes, vezes essas que sem dó algum me faziam continuar no chão, coração o meu, foi rei de todos os novos começos por isso mesmo cada vez que me via no chão, esse magoado e desiludido, levantava-me repetidamente do chão fazendo-me andar, andar com um sorriso... Mas se pensam que ao sorrir eu estava feliz então enganam-se redondamente, com esse sorriso por sinal grande e contagioso eu teimava em esconder toda a minha dor, dor essa que magoava e magoava insistindo na dor a cada segundo precioso de vida... Apesar de toda essa dor, a vida foi capaz de me presentear com os anjos mais puros e especiais que alguma vez eu havia avistado, anjos esses que hoje em dia chamo de Melhores Amigos, ajudam-me e levantam-se hoje seja em que chão eu esteja, amigos esses que me curam toda a dor, que me amparam quedas e insistem em demonstrar todos os dias o quanto eu valho na vida deles, amigos esses que me fazem sentir alguém especial em todos os dias da minha vida, os únicos com quem eu faço tudo. Hoje em dia continuo com a vida, capaz de pegar o toiro pelos cornos e enfrentar novas derrotas, essa vida que apesar de todas as feridas continua a lutar não pelo futuro, apenas pelo dia-a-dia. Depois de tanto ou pouco, eu sou eu mesma, com vitórias ou não eu continuo o meu caminho, sempre em frente, nesse caminho acompanham-me apenas aqueles que em futuras quedas estarão lá para de novo me voltar a levantar, esses os únicos capazes de sarar todas as minhas feridas interiores ou não. Sonhos, se realmente persistirem e apostarem neles, nunca vos abandonarão, velhos ou não, com esforço e esperança eles acabam sempre por chegar até nós. Não delinearei o futuro, enquanto nem do presente souber cuidar.