terça-feira, 26 de julho de 2011

O meu quarto é algo sagrado para mim, algo único. É nele que me liberto, é ele que assiste aos meus ataques de choro, ás minhas idiotices nos dias de tédio, aos meus planos sem sentido, ás minhas danças no mínimo escandalosas, é ele o meu público cada vez que canto, é ele o único que me aplaude, é nas suas paredes que permanecem as fotos de algo ou alguém que me marca ou marcou, é nele que eu guardo os meus bens mais preciosos, é nele que eu me rio sozinha em frente ao computador, é nele que eu me sinto sem rumo, é nele que eu imagino os meus diálogos muito pouco prováveis à noite, é ele que me ouve quando estou irritada sem nunca reclamar, é ele que assiste aos meus berros de entusiasmo quando algo corre bem sem nunca me mandar calar, é ele que me entende, é ele que por mais desarrumado que esteja me faz sentir acolhida e em casa, é ele que me vê adormecer e acordar todos os dias, é ele que me vê falar sozinha, no fundo o meu quarto é o meu palco, nele eu já representei, já fui mãe, já fui educadora de infância, já fui bibliotecária, já fui professora, já fui cabeleireira, já fui campista, já fui escritora, já fui uma bailarina famosa ou até mesmo uma cantora da broadway. É nele que eu me vou protegendo, que me vou resguardando, e eu até tenho alguns talentos, mas só o meu quarto os conhece.

2 comentários:

  1. digamos que o quarto é um melhor amigo. é aquele que melhor nos conhece e, mesmo quando percebe o quão estúpidos nós somos nunca nos fecha a porta (ok, isto foi talvez a comparação mais estúpida de sempre com um amigo aha)

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  2. a sério tal e qual, concordo a 100% (:

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